Branda de Bordença

Soajo, Arcos de Valdevez

Neste território de montanha subsiste um património muito genuíno, as brandas de gado, pequenos núcleos de habitação temporária, utilizados pela comunidade durante a primavera/verão, altura em que essas áreas apresentam condições mais favoráveis para a alimentação do gado. Ao contrário das brandas de Castro Laboreiro, as brandas da serra do Soajo e da serra da Peneda são essencialmente brandas de gado, correspondendo a áreas de pastoreio em altitude.

A sua dimensão e tipologia de construções variava, dependendo do nível de utilização, número de famílias e permanência, e se havia ou não agricultura em simultâneo. Assim, encontramos brandas com construções muito rudimentares, onde apenas existem pequenas construções para abrigo dos pastores, denominadas por cortelhos, e as bezerreiras (cercas para o gado) anexas, próximas das zonas de pasto. Outras, porém, apresentam edificações maiores, mais robustas e com algum aprimorado arquitetónico, caminhos/ arruamentos definidos no interior do lugar, dispondo de zona agrícola, normalmente pequenas leiras contíguas às habitações ou mais concentradas na zona da veiga, em lugar próximo das casas. Todas as brandas têm caraterísticas comuns: próximas de água e de zonas de pastos naturais, abrigadas e com boa exposição solar.

Bordença foi uma destas brandas, pertencente a Soajo. Atualmente já não tem essa função, embora alguns dos seus campos continuem a ser agricultados e pastados.

O lugar transpõe-nos para outros tempos. Mais do que bucólico, é quase místico. Mesmo para quem não está familiarizado com as brandas, rapidamente conseguimos imaginar as cenas aqui vividas, o atarefado quotidiano dos brandeiros na lida do gado e dos campos. Esta branda não resistiu à crescente perda de importância da atividade agropecuária, ao êxodo rural e à emigração. Hoje não restam mais do que paredes, muros, caminhos e a bonita ponte medieval sobre a ribeira de Bordença, ainda assim, património relativamente conservado.

No entanto, a visita a este lugar é sempre um ponto alto da rota, pela sua história e símbolo da cultura local e pelo seu fantástico enquadramento paisagístico, com destaque para a ribeira de Bordença.

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