Conjunto histórico de Lindoso Castelo Medieval, Cruzeiro, Espigueiros e Eira

Lindoso, Ponte da Barca

O Castelo de Lindoso é um dos mais importantes monumentos militares portugueses, pela sua localização estratégica (tutelar sobre o curso do rio Lima junto à fronteira com Espanha, numa linha interior entre as serras da Peneda e do Gerês), mas também pelas novidades técnicas e estilísticas que a sua construção introduziu no panorama da arquitetura militar portuguesa medieval. Desempenhou ao longo da história, em diversas ocasiões, um papel relevante na defesa da fronteira.
Apesar de ainda se discutir as suas origens, não restam grandes dúvidas de que a fortaleza medieval que se conservou até aos nossos dias foi fundada no reinado de D. Afonso III e restaurada pelo seu sucessor, D. Dinis.

No século XVII, na mesma altura em que Portugal lutava pela restauração da sua independência, o castelo foi dotado de um sistema militar mais complexo. As obras estariam concluídas por volta de 1666 (data inscrita no lintel de uma das portas), escassos três anos depois de ter sido conquistado por tropas espanholas e, de novo, reconquistado pelos portugueses. É de crer, no entanto, que esta empreitada se tenha arrastado por mais algumas décadas, pois data de 1720 a conclusão do principal revelim, aquele que protegia a entrada principal. O novo complexo defensivo atualizou a fortaleza, rodeando-a de uma estrutura em estrela, com altos taludes e fossos, e acesso por porta levadiça encimada por matacães.

A sua atividade militar foi cessada em 1895, tendo sido classificado como Monumento Nacional em 1910.

A partir da década de 40 do século XX, decorreram alguns trabalhos de restauração do monumento, salientando-se a reconstrução de panos de muralha e de ameias e a demolição de algumas estruturas no pátio, conservando-se, ainda, a cisterna e parte das dependências do governador e outras de apoio.

Atualmente integra nos seus espaços interiores conteúdos expositivos e pode ser visitado.

Na área envolvente do Castelo podemos admirar a eira comunitária e o magnífico núcleo de 67 espigueiros, edificados em granito. Na sua maioria datam dos séculos XVIII e XIX, sendo o maior conjunto de espigueiros e um dos mais bem preservados da região do Parque Nacional. O núcleo de espigueiros e a eira está classificado como Imóvel de Interesse Público.

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