A etapa desenvolve-se entre Cabril e Sirvozelo, ao longo de 16,5 quilómetros, com passagem por várias povoações que nos revelam a riqueza da serra e a cultura das comunidades do barroso. É uma etapa particularmente longa, mas é possível fazê-la em mais do que um dia, pois passa em várias localidades onde existem serviços de alojamento, entre outros.

Esteja atento às marcas e à sinalização vertical da GR50, pois vão surgir vários cruzamentos e bifurcações ao longo da etapa, bem como outros percursos marcados. Os equipamentos de sinalização vertical da GR50 estão identificados e, nesta etapa, encontram-se numerados de 16.1 a 16.73 (chapa afixada no poste da placa direcional/ informativa ou balizas de marcas direcionais com código numérico). Siga sempre as marcas da GR 50 e as placas que indicam a direção “Sirvozelo”.

Começamos a caminhada no centro do lugar da Vila, Cabril, junto do Largo 1º de Maio, onde ainda se preservam a antiga fonte e o lavadouro da comunidade. Seguimos para Norte, pela estrada asfaltada que atravessa o lugar, mudando de direção depois de passar o café Águia Real, onde entramos numa rampa com corrimão metálico, que surge à nossa direita. Depois de passar os degraus, seguimos novamente à direita, subindo a encosta, por carreiros e estradões florestais. Percorremos cerca de um quilómetro, passando por áreas florestadas e de matos, até chegar a uma zona de campos agricultados, onde mudamos de direção. Tomamos o caminho à nossa direita, para sul, percorrendo a costa de S. Lourenço, até inverter novamente a direção, desviando no caminho à esquerda, junto à encruzilhada onde existem umas Alminhas. Continuamos e cerca de 600 metros depois entramos no caminho agrícola que nos leva ao lugar de S. Lourenço.

Depois de visitar S. Lourenço, onde podemos apreciar o casario de arquitetura tradicional, a eira comunitária, os espigueiros, as fontes, o lavadouro e a capela, retomamos a rota, saindo da aldeia pelo caminho empedrado da Rua da Tapada, que rapidamente se transforma num carreiro. Continuamos, para Norte, atravessando zonas de pinhal e matos, tendo como cenário o vale da ribeira de Cabril e a serra do Gerês. Mais à frente alcançamos outro caminho, numa espécie de encruzilhada, junto às ruínas do antigo lagar de S. Lourenço. Continuamos passando em frente ao velho lagar, e 200 metros depois desviamos no caminho que se abre à nossa esquerda e que nos leva ao encantador lugar de Chelo. Passamos o Largo do Rigueiro, onde permanecem o cruzeiro, a fonte e o lavadouro, saindo da aldeia pelo caminho no extremo Norte do lugar e entrando depois no estradão que nos leva à encosta do Fojo do Lobo de Xertelo. Continuamos com a soberba perspetiva do vale do Cabril e penedias da serra.

Subimos a encosta do fojo de Xertelo pelo lado nascente até atingirmos o ponto onde convergem os grandes muros de pedra, próximo do foço. Depois da penosa subida, temos oportunidade de descansar e de apreciar o magnífico Fojo do Lobo de Xertelo, antes de seguir para a aldeia. Em Xertelo, onde as poucas famílias ainda dependem da agropecuária, podemos apreciar a rusticidade profunda do barroso. Percorremos a aldeia pelo arruamento da parte de cima do lugar, apanhando o caminho da Rua da Cortinha, junto à Capela de Xertelo, para sair da povoação e tomar o carreiro que nos levará à estrada municipal. Aqui, voltamos à esquerda, seguimos cerca de 300 metros pela estrada, até virar à direita seguindo o trilho que encurta caminho para o lugar de Azevedo, um verdadeiro miradouro para o vale do rio Cávado.

Em Azevedo deparamo-nos com os mesmos traços dos restantes lugares de Cabril. O mesmo tipo de casario, a capela de arquitetura semelhante, os arruamentos, a mesma rusticidade. Chama a atenção o edifício da antiga escola primária, sinal de que já existiram mais crianças nesta aldeia! Saímos da aldeia pelo extremo Norte, subindo a encosta por um trilho que nos coloca novamente na estrada asfaltada. Depois de passar o cemitério, desviamos à direita no caminho em calçada para entrar em Lapela, percorrendo uma zona de lameiros. Mais um lugar típico do barroso, com o casario tradicional, capela, tanque comunitário e o habitual largo com o Cruzeiro, com fonte e bebedouro para os animais. Na aldeia merece destaque a Casa Cabrilho, onde terá nascido o navegador português João Rodrigues Cabrilho, supostamente o primeiro europeu a desembarcar no atual Estado da Califórnia.

Saímos da aldeia por um caminho entre campos agrícolas e começamos a descer para a Corga de Trás da Meda, atravessando o ribeiro na ponte de madeira. Continuamos o caminho, com o rio Cávado à nossa direita, e em breve atingimos a ribeira das Cavadas, onde podemos fazer um pequeno desvio para conhecer a famosa cascata de Cela Cavalos, descansando um pouco antes de iniciarmos a subida para Cela. De novo na rota, espera-nos uma subida de cerca de 1,5 quilómetros até chegarmos à Capela de Santa Luzia, situada num local ermo e de vista desafogada para o vale do rio Cávado. Daqui a escassos metros chegamos à bela aldeia de Cela, onde novamente nos esperam bonitas casa de granito, o largo com o cruzeiro, o bebedouro e o lavadouro. Saímos do lugar pelo caminho em calçada que surge à direita do arruamento principal (em asfalto), descendo até passarmos uma pequena ribeira, para depois fazer a última subida até Sirvozelo, onde terminamos esta longa caminhada. O cansaço não nos impedirá de visitar esta fantástica aldeia, onde grandes blocos graníticos se confundem com o casario e velhos carvalhos centenários se agigantam.

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