A Ponte de Servas, sobre o rio do Conho, é um exemplo das inúmeras pontes construídas pelas comunidades e entidades locais, para permitirem a passagem dos rios e ribeiros que abundam aqui na serra do Gerês. De facto, sem estas infraestruturas a acessibilidade e a mobilidade no interior da serra seriam bem diferentes, principalmente no Inverno em que os caudais ganham muita água. Estas pontes permitiram, ao longo de séculos, a criação de uma verdadeira rede de acesso à serra, para Homens e animais, permitindo vencer corgas, cursos de água e outros obstáculos que o relevo e as condições climatéricas nos impõem.
O rio do Conho nasce na serra do Gerês, a cerca de mil metros de altitude, percorrendo cerca de cinco mil metros até se juntar ao rio Fafião, junto à ponte da Pigarreira, a 400 metros de altitude. Ao longo do seu curso forma o perfil típico de um vale fluvial em V, relativamente encaixado e praticamente sem margens. São muito caraterísticas as lagoas naturais (“piscinas”) que se formam nas zonas mais profundas do leito. No fim do verão o caudal do rio fica muito reduzido, podendo até secar, com exceção das lagoas que conseguem reter a água. Já no Inverno, o curso transporta muita água e ganham vida as inúmeras quedas de água. Por estas caraterísticas, o rio do Conho é um dos sítios preferidos dos adeptos do canyoning.